Custa perder sempre, ainda mais com o rival histórico e por,
para quem vive em Lisboa, se tratar do jogo do ano. Mais ainda pela forma como
decorreu a partida, na Luz e oferecendo golos ao adversário, a fazer lembrar a
derrota com o Zenit na temporada passada, e revelando uma total incapacidade
para dar a volta ao texto como em Abril de 2008, quando perdemos com a
Académica pelo mesmo resultado. No entanto, com o devido respeito pelo Zenit,
um clube que nada nos diz, e pela Académica, cujos adeptos não nos importunam,
sofrer um desaire ante o Sporting assume proporções incomparavelmente maiores.
Uma vitória leonina na Luz, pela raridade com que ocorre
(“apenas” três desde que a nova Luz foi inaugurada há doze anos), é
capitalizada até à exaustão pelos nossos rivais. Vale-nos que, devido à
frequência elevada das nossas vitórias em Alvalade, já conhecemos as piadas de
cor e salteado, pois inventámo-las quase todas.
Importa, no entanto, relegar para segundo plano os aspectos
emocionais associados à rivalidade e tentar perceber o que terá corrido mal: Se
foi, de facto, um infortúnio em que o azar se juntou ao desacerto colectivo e à
desinspiração individual da maior parte dos nossos jogadores, ou se o problema
será mais profundo, revelando carências qualitativas do nosso plantel.
A resposta a esta questão terá que começar por ser dada pela
nossa equipa já nas próximas jornadas frente ao Tondela e Boavista (estamos a
cinco pontos da liderança se batermos o União, nada está perdido), e entretanto
tentarmos vencer o Galatasaray, praticamente garantindo o acesso aos
oitavos-de-final da Liga dos Campeões, tão importante desportiva como
financeiramente.
Jornal O Benfica - 30/10/2015