terça-feira, 16 de janeiro de 2018

Dérbi

O que escrever antes do dérbi sabendo que, qualquer que seja o tema abordado, será relegado para segundo plano em detrimento das incidências da partida. Os jogos com o Sporting, apesar de o FC Porto se ter tornado no nosso principal adversário, são os mais me entusiasmam, não só por ser lisboeta ou por conhecer a história de ambos os clubes e sua rivalidade, mas também e sobretudo por ser de um tempo em que, na infância, ao conhecer um potencial novo amigo, a resposta à pergunta obrigatória se seria benfiquista ou sportinguista poderia condicionar a natureza da relação. Claro que nem a partilha do benfiquismo garantiria proximidade ou, pelo contrário, o antagonismo excluíria de imediato a possibilidade de amizade, mas é evidente que a afinidade clubística tornaria tudo mais fácil.

Então não o sabia, embora já o adivinhasse, mas há uma marca indelével do benfiquismo que diferencia os benfiquistas dos sportinguistas (e portistas). Os benfiquistas, como os outros, são adeptos do seu clube e não gostam dos rivais. Porém, distingue-nos não encontrarmos na antipatia pelos rivais um estímulo essencial à nossa existência. Neste plano, tanto Sporting como FC Porto não são apenas clubes, mas um patético anticlube também. E quando essa característica extravaza o mero sentimento e se consubstancia numa campanha miserável que visa, única e exclusivamente, denegrir o seu ódio de estimação, o Benfica, sinto um misto de raiva e desprezo conflituantes, dando por mim indeciso se os hei-de insultar ou remetê-los à sua insignificância.


Enfim, espero que tenhamos ganho o dérbi. Empatar na Luz com o Sporting é triste, perder é humilhante. Na prática, como com qualquer adversário.

Jornal O Benfica - 5/1/2018

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