Anthony Vizzacaro nada tem que ver com o Benfica ou com
Portugal, mas tornou-se num protagonista fortuito do sucesso da selecção lusa no
Europeu pelo gesto ternurento, captado em vídeo, de uma criança portuguesa que,
ao vê-lo destroçado pela derrota da equipa francesa, o procurou confortar abraçando-o
comoventemente.
No âmbito de uma acção de marketing empreendida pelo Turismo
de Portugal, o francês visitou Lisboa, com o estádio da Luz e o museu Benfica
Cosme Damião a fazerem parte do itinerário. Sendo um adepto de futebol, a opção
foi óbvia. Afinal, trata-se do melhor estádio português – o único capaz de
albergar uma final da Liga dos Campeões – e do melhor museu de desporto no
país, premiado diversas vezes.
Quase nem seria notícia, não fosse o “Dragões Diário”, um
órgão oficial de comunicação digital do F.C. Porto, ter acusado o toque,
revelando a inveja e a pequenez de quem persiste em lidar mal com a grandeza do
Benfica. Felizmente!
É que, apesar do sucesso desportivo portista nas últimas
décadas, tão inegável quanto duvidosos foram os métodos para atingi-lo, o clube
portuense foi incapaz de se transformar num clube nacional, muito por força da
adopção de um discurso regionalista que, se teve o condão de arregimentar parte
das gentes dos subúrbios da cidade do Porto, se revelou, pelo contrário,
contraproducente no resto do país.
O curioso é que nem eles, nem os outros, que só diferem na cor
e direcção das listas das camisolas, são incapazes de compreender que os
sucessivos ataques, directos, indirectos ou escamoteados, ao Benfica, pouco ou
nada nos incomodam e, por revelarem um gritante complexo de inferioridade, até
nos divertem…
Jornal O Benfica - 5/8/2016