Escrevo esta crónica antes do Benfica-Braga, mas parece-me
evidente que a nossa equipa de futebol não atravessa um bom momento. No
entanto, acho incompreensível o relativo desespero manifestado por alguns
benfiquistas após os desaires frente ao Boavista e CSKA.
Evidentemente que é desagradável ver a nossa equipa a
exibir-se abaixo das nossas expectativas e os resultados ficarem aquém do
esperado. No entanto, julgo que deveríamos ter aprendido com o passado recente
a nível desportivo, em que soubemos apoiar mesmo quando não tínhamos mais que o
nosso benfiquismo para nos motivar. Não se confunda o que escrevo com
seguidismo ou mesmo acomodação ao sucesso ou sobranceria em relação aos
adversários. Antes refiro-me à capacidade para constatar que, apesar do início
de campeonato periclitante, há toda uma temporada pela frente para melhorarmos,
à semelhança do que aconteceu, por exemplo, há dois anos, com os mesmos líderes
no balneário, banco e bastidores.
Por outro lado, as excelentes contas da SAD relativas ao
exercício 2016/17 (lucro de cerca de 45 milhões de euros, redução do passivo em
4%, redução acentuada do endividamento bancário, ausência de antecipação de
receitas, etc), acentuando a tendência verificada nos últimos anos, demonstram que
o Benfica tem um rumo bem definido do qual não se desviará. É certo que o
futebol é o momento, mas o desafio para quem nos dirige passa por preparar o
clube para todos os momentos, e não somente o mais imediato.
P.S. Está de parabéns a nossa equipa de andebol pela
excelente entrada no campeonato. As vitórias frente ao Águas Santas e F.C.Porto
são um excelente indicador do que poderemos esperar dos nossos andebolistas.
Jornal O Benfica - 22/9/2017