terça-feira, 16 de janeiro de 2018

VARiável

Já há muitos anos que aprendi que o que Pinto da Costa diz publicamente não deve ser levado a sério. Fala de acordo com as circunstâncias e com os seus interesses, o que é normal, mas, no seu caso, simultaneamente revelador de uma forma de estar na competição desportiva em que não me revejo. Acho mais relevante o que diz em privado por telefone.

A existência do VAR, como a de qualquer tecnologia que auxilie os árbitros na difícil tarefa de arbitrar um jogo de futebol, é em si mesma positiva. Porém, para Pinto da Costa, a julgar pelas suas declarações após o clássico da penúltima jornada, o VAR deveria beneficiar o FC Porto e prejudicar os seus adversários. Só assim se entende que o VAR não tenha sido criticado após o FC Porto – Belenenses. Ou mesmo esta semana, devido ao primeiro golo portista em Setúbal. Nestes casos, e de um ponto de vista portista, o VAR não serve mesmo para nada: Os árbitros, no campo, actuaram em conformidade.

Aparentemente, o VAR, para Pinto da Costa, não serve, mas só de vez em quando, à semelhança dos telemóveis, se as suas chamadas forem gravadas por terceiros e publicadas no youtube tornando públicos os métodos da afamada estrutura portista. Assim como as agências de viagens, se for descoberto que facturas emitidas a árbitros apareçam na contabilidade portista. Ou ainda os juízes, evidentemente imprestáveis a não ser para avisarem que se planeiam detenções ou para se decidirem pela inadmissibilidade de provas sobre práticas de corrupção.


Mas atenção, se Pinto da Costa quer o fim do VAR, acabe-se com ele imediatamente. Basta comparar o conteúdo das escutas reveladas no youtube com décadas das suas queixas sobre a arbitragem para se perceber a razão...

Jornal O Benfica - 15/12/2017

Números da semana (171)

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