O eclectismo é um dos eixos fundacionais do
Sport Lisboa e Benfica e o seu propósito passa unicamente, em termos
desportivos, por ganhar títulos. Deixamos orgulhosamente eventuais vitórias
morais para os outros e procuramos grangear as condições que nos garantam
competitividade em todas as equipas que nos representam.
Neste sentido, 2016 foi um ano muito bom.
Até no andebol, que desde há vários anos nos víamos arredados da luta por
títulos, saímos vitoriosos da segunda competição nacional e estivémos a poucos
segundos do regresso ao título de campeão nacional, além da presença meritória numa
final europeia. Porém, apesar do rotumbante sucesso no atletismo, futebol e
hóquei em patins e da superação de expectativas no andebol, os fracassos nos
campeonatos nacionais de basquetebol, futsal e voleibol impedem 2016 de figurar
na galeria dos anos perfeitos.
Claro que tal galeria, temos que admitir, é
inexistente no mundo real. Pertence à utopia benfiquista, capítulo “pleno das conquistas”,
que só ao Benfica é permitido almejar em Portugal. Não duvidemos, se há clube
português que alguma vez conseguirá conquistar os sete campeonatos nacionais
destas modalidades num ano, só poderá ser o Benfica. Não sei quando ou sequer se
acontecerá, mas alegra-me saber que nenhum outro clube poderá aspirar a um
feito desta envergadura. O Benfica é um clube único, diferente porque
inimitável, o maior porque todos os indicadores o confirmam e o melhor porque
tem sabido explorar as suas forças. Nem sempre foi assim no passado, nunca o
esqueçamos. Não somos os maiores e os melhores por direito divino. Somo-lo
porque fazemos por isso. Um excelente 2017 para todos os benfiquistas!
Jornal O Benfica - 30/12/2016