Pior que a primeira meia hora do Benfica frente ao Boavista,
só mesmo a actuação de Luís Ferreira. Porém, não estamos no tempo do apito
dourado, não lhe atribuo intencionalidade, antes incompetência. Além disso, o
futebol português está em parte povoado por uns tontinhos que assacam os seus
deméritos e encontram na arbitragem o seu bode expiatório predilecto. Sejam
hooligans ou condenados na instância desportiva por corrupção, não quero ser
confundido com essa gente.
Fomos prejudicados em três partidas, nas quais não lográmos
a vitória (Setúbal, Marítimo, Boavista), e noutras em que fomos suficientemente
competentes para superar adversários bafejados pela sorte de terem, no homem do
apito, um suplemento anímico, técnico e táctico. Prefiro a segunda. Reconhecermos
o nosso demérito pontual e corrigirmos o que tivermos a corrigir, aproximar-nos-á
do título.
No entanto, nem só do nosso demérito e da má arbitragem se
revestiu aquela meia hora inacreditável. Tudo parecia conjugar-se para um
desastre sem precedentes, creio até que poderá ter sido a primeira vez que nos
vimos a perder 3-0 no nosso estádio frente a uma equipa notoriamente inferior à
nossa. Como tal tenho que enaltecer a reacção da nossa equipa, a fibra com que
tentou dar a volta ao cataclismo e o empate conseguido.
O livro “The Numbers Game” explica o futebol recorrendo às
estatísticas. Num estudo efectuado na Premier League ao longo de dez épocas, percebeu-se
que a probabilidade de uma equipa ganhar quando marca três golos é cerca de
85%. A probabilidade de derrota numa situação de desvantagem de três golos é acima
dos 95%. Parabéns à nossa equipa por nunca ter desistido de procurar a vitória!
Jornal O Benfica - 20/1/2017