Com a vitória obtida em Vila do Conde, tão suada quanto
justa, estamos mais perto do título. Numa temporada normal, com as partidas em
disputa por Benfica e Sporting nas três últimas jornadas, a confiança seria
redobrada, mas, muito honestamente, não creio que o F.C Porto tenha a
capacidade anímica que o faria suplantar as suas lacunas técnica e tácticas
frente a um Sporting que, embora não deslumbre, se vai mostrando focado em
tentar regressar ao título catorze anos depois.
Socorro-me, no entanto, do excelente percurso que a nossa
equipa tem vindo a fazer para encarar com optimismo o desiderato a que nos
propomos. Sermos tricampeões nacionais, feito por alcançar desde 1977, será,
caso o consigamos, a consequência natural de um trajecto que, contra as expectativas,
especialmente após o mau começo de época, tem sido brilhante.
Dos vários objectivos intermédios que se poderá definir no
âmbito do Campeonato Nacional, esta semana conseguimos o pleno a norte da
cidade do Porto. Não me recordo da última temporada em que tenhamos conseguido
vencer em Braga, Guimarães, Moreira de Cónegos, Paços de Ferreira e Vila do
Conde. É um sinal de consistência da nossa equipa que não se poderá ignorar.
Resta-me, em semana do 25 de Abril, relembrar que o Sport
Lisboa e Benfica, nos 48 anos de ditadura, nunca deixou de realizar eleições
livres e democráticas para eleger os seus corpos sociais. Fomos, talvez, a
única instituição desportiva relevante a não se deixar influenciar pelo
contexto social e político português nesse período. É com orgulho que deixo
esta nota, mais uma das que patenteiam a nossa incomensurável grandeza. Viva o
Sport Lisboa e Benfica!
Jornal O Benfica - 29/4/2016