Artur Soares Dias até poderá ser o melhor árbitro português
da actualidade – o que, por si só, pouco significa, em tempos também Pedro
Proença o foi – mas esteve francamente mal no dérbi.
As três grandes penalidades sonegadas ao Benfica mancharam a
sua actuação, que creio ter sido, no entanto, bem-intencionada. O problema é
que, na dúvida, preferiu não arriscar uma eventual má decisão a nosso favor,
prejudicando-nos claramente, talvez condicionado pela campanha vil que tem sido
empreendida pelos nossos adversários. E também, quem sabe, por se treinar à
porta aberta no Centro de Alto Rendimento da Maia, sujeito a joelhadas e
caneladas de adeptos que depois se vangloriam, nas redes sociais, de prestarem
visitas a árbitros.
Por isso soa ainda mais a ridículo, sem que me surpreenda,
que tenha havido uma queixa leonina relativamente à arbitragem. Parece que
Lindelof marcou o livre que resultou no nosso golo a uns extraordinários dez
centímetros de onde supostamente deveria tê-lo feito. É pena que tanto rigor
não se aplique nas suas acções de propaganda. Bem poderão apresentar em letras
garrafais que são a maior potência desportiva nacional que ninguém precisaria
de uma lupa para ler, nessa patetice, apenas e só uma tentativa frustrada de
iludir a realidade. Continuem a iludir-se, que nós continuaremos a tentar
ganhar.
E os outros… Enfim, que bem que lhes deverá saber terem uns
aliados em Lisboa… Felizmente não os têm em Braga e na Feira… Quanto à liga
Salazar, ou são profundamente ignorantes, ou julgam que os seus adeptos são
todos mentecaptos. O que vale é que a arte da desinformação não marca golos e
os apitos já não são dourados.
Jornal O Benfica - 28/4/2017