Sorte? 21 remates, umas dez oportunidades de golo, centrais
metamorfoseados em Baresis… E dizem eles que fomos bafejados pela sorte em
Chaves porque, perante uma excelente equipa, procurámos a vitória
incessantemente, dominámos a partida especialmente na segunda parte e apenas
conseguimos ganhar com um golo no tempo adicional, como se esse tempo não
fizesse parte do jogo. Sorte é ter um Pizzi com visão de jogo extraordinária e
rara habilidade para passar a bola em profundidade, um Rafa que seria titular
indiscutível em qualquer outra equipa do campeonato e um Seferovic, contratado
a “custo zero”, que chegou, tem marcado e vencerá.
Mudando de assunto, quero dizer aos nossos consócios com as
quotas em dia e detentores de Red Pass no piso 0 dos topos sul e norte do
estádio da Luz, que não são ilegais. Era só o que faltava que alguém vos
pudesse obrigar a constituírem-se em associação de adeptos organizados. O ponto
3 do artigo 46º da Constituição da República Portuguesa é claríssimo: “Ninguém
pode ser obrigado a fazer parte de uma associação nem coagido por qualquer meio
a permanecer nela”.
Será que, à semelhança do que acontece noutros clubes, não
poderiam encontrar 30 ou 40 pessoas que não se importassem de “dar o nome” e,
assim, constituírem uma “claque”? Eu não o faria! Bem à portuguesa,
tornar-se-iam “legais”, mas contornando a lei, que é o que tem sido feito desde
que esta entrou em vigor. A mesma que especifica que “é expressamente proibido
o apoio (…) a grupos organizados de adeptos que adoptem sinais, símbolos e
expressões que incitem à violência, ao racismo e à xenofobia (…)”. Chapecoense,
Eusébio, SLB, SLB… Portugal é um país faz de conta…
Jornal O Benfica - 18/8/2017