Eles bem podem andar de
artifício jurídico em artifício jurídico, que o conteúdo das escutas relativas
ao processo “Apito Dourado” permanecerá inalterado. Eles bem podem utilizar
excertos de emails, obtidos sabe-se lá como, e deturpá-los a seu bel-prazer,
que nunca conseguirão fazer esquecer o que se passou no futebol português ao
longo de décadas e muito menos poderão algum vez criar a ideia de que os seus
esquemas são agora utilizados por outros.
Chega até a ser cómico,
sem ter graça alguma, vê-los a acusarem outros de usarem
os seus esquemas que, de artifício jurídico em artifício jurídico, afinal nunca
foram os seus. Passados anos, resta apenas um castigado: As empresas de
telecomunicações. Nem consigo imaginar os seus prejuízos por aquela gente,
aquela gente desavergonhada, despudorada e vigarista, ter restringido o teor
das suas chamadas telefónicas. E, já agora, o que pensar sobre a inexistência
de qualquer reacção dos patetas alegres? Ai, ai, pobres
de espírito… Tanto lhes faz quem ganhará, desde que não seja o Benfica…
Entretanto a vida
prossegue e lá continuamos a trabalhar norteados pelo desejo do penta. Não
gosto de ver o Benfica perder nem a feijões, e muito menos de o ver goleado,
mas o pessimismo desmesurado que detectei em alguns benfiquistas após a derrota
frente ao Young Boys parece–me absurdo. E mais ainda atribuir às vendas de Ederson,
Lindelöf e Nélson Semedo o estatuto de principal causa da derrocada da nossa
equipa no passado sábado. A exibição da nossa equipa esteve longe de ser
brilhante, mas enquanto houve pernas também não preocupou. E o mais relevante é que não teria nada que preocupar ou
entusiasmar… é pré-época!
Jornal O Benfica - 21/7/2017