Bela equipa a do Chaves, a mostrar que é possível dar luta
ao Benfica sem que se recorra sistematicamente ao anti-jogo. E bem a nossa
equipa, a demonstrar, mais uma vez, que sabe adaptar-se às contingências das
partidas e ultrapassar, quando necessário, a desinspiração colectiva.
No entanto, apesar dos méritos e deméritos de cada equipa,
só o Benfica poderia sagrar-se vencedor. A tripla oportunidade de golo
flaviense numa única jogada foi caso único, cabendo à nossa equipa as despesas
do jogo e as restantes oportunidades. Logo se apressaram os críticos a referir
a sorte e a estrelinha, ignorando que a primeira procura-se e a segunda
conquista-se.
Mas falemos da nossa sorte que os nossos adversários têm o
azar de serem incapazes de reconhecer e, com isso, estimularem inadvertidamente
a nossa ambição pela conquista de títulos. Comecemos pelo golo de Mitroglou mal
invalidado, antes da tal tripla oportunidade do Chaves. Continuemos com a
excessiva agressividade do nosso adversário sob a complacência de um árbitro
permissivo até decidir (bem) admoestar Lisandro López no final da primeira
parte. Recuperemos a lista de ausentes: Jonas; Jiménez; Jardel; Samaris; Rafa;
Danilo. Prossigamos com a consistência da equipa no Campeonato Nacional: 15
vitórias consecutivas fora; 27 partidas sempre a marcar; 17 vitórias e um
empate nos últimos 18 jogos. E terminemos alegando que Lindelöf, com alguma
sorte, não teria desperdiçado uma oportunidade flagrante de golo frente ao
Vitória de Setúbal e teríamos, então, conquistado 18 pontos em seis jornadas.
Muita sorte, portanto…
P.S. Ainda não foi esta semana que se voltou a falar em
vídeoárbitro lá para os lados do Lumiar.
Jornal O Benfica - 30/9/2016