Na semana passada, ocorreu a cerimónia simbólica de
encerramento da temporada no Caixa Futebol Campus. Longe vão os tempos em que a
decisão de suspender as várias equipas B revelou-se um sério óbice ao aproveitamento
de jogadores. Esta medida, no final dos anos 90, inexplicável e criminosa do
ponto de vista desportivo, teve consequências gravosas, agudizadas pela
construção do novo estádio da Luz, resultando num hiato geracional na
capacidade benfiquista em formar atletas.
A construção do CFC, bem como a implementação de
metodologias vanguardistas neste domínio, possibilitaram a recuperação do
atraso do nosso clube, reflectindo-se no regresso à luta sistemática por
títulos, na presença massiva de jovens benfiquistas nas diversas selecções
nacionais e no surgimento de vários atletas com potencial para integrarem a
equipa sénior e/ou serem cedidos a outros clubes por montantes elevados.
O excelente trabalho feito nos últimos anos carecia da
mudança de paradigma referida por Luís Filipe Vieira no início da temporada.
Abrir as portas da equipa principal significa igualdade de oportunidades. No
fundo, o critério de escolha é a qualidade, independentemente da proveniência. Basta
acompanhar regularmente as nossas camadas jovens para se perceber que esta é a
política correcta. Este fim-de-semana, Úmaro Embaló, sub15, marcou dois golos
ao Porto na fase final do CN de juvenis. Ele, como outros, necessitarão,
sobretudo, de oportunidades para confirmar o seu potencial.
P.S. Faleceram Amílcar Miranda e Jorge Vacas, dois
benfiquistas que prestaram bons serviços ao clube e que tive o prazer de
conhecer. As minhas condolências às famílias enlutadas.
Jornal O Benfica - 17/6/2016