Heródoto, considerado o pai da história enquanto disciplina,
descreveu o povo persa como sendo peculiar nos seus hábitos. Revelou, por
exemplo, a forma como as decisões eram tomadas na Pérsia. Conta o grego que os
persas se reuniam e discutiam os problemas enquanto bebiam. Quando estavam
bêbados, tomavam decisões. Se, no dia seguinte, a decisão continuasse a parecer
fazer sentido, era considerada tomada. É assim que imagino a definição da
política de comunicação do Sporting.
Jorge Sousa passou de excelente árbitro após uma vitória
leonina em Alvalade frente ao Benfica, apesar de ter perdoado uma grande
penalidade ao Sporting num lance que afastou Luisão quatro meses do relvado.
Após a recente derrota na Luz, afinal não está à altura do dérbi. As bolas que
foram às mãos de jogadores sportinguistas no embate frente ao Porto da terceira
jornada, passaram a ser tocadas deliberadamente por benfiquistas no dérbi
recente sem que se descortinem diferenças nos lances evocados em ambos os
jogos. E após uma longa discussão sobre cuspo ou vapor de Bruno de Carvalho na
cara do presidente do Arouca, cai o Carmo e a Trindade por causa de umas
cartolinas arremessadas, alegadamente, a Jorge Jesus.
Regresso ao grego e recordo uma das suas afirmações mais
conhecidas: “É sem dúvida mais fácil enganar uma multidão que um só homem”. Ele
a mim não me “engana”, já aos sportinguistas espero que continue a “enganar”.
Feitas as contas à sua agressividade dirigida a tudo o que é vermelho, somos
tricampeões desde que foi eleito…
Quanto ao jogo, o Sporting jogou aquilo que o Benfica quis
que o seu adversário jogasse. A estratégia resultou, parabéns a toda a equipa!
Jornal O Benfica - 16/12/2016