Os antigos gregos usavam mitos para explicar fenómenos da
natureza e as origens do homem e do mundo, mas Homero, que tão bem o fez em
Ilíada e Odisseia, não previu o futuro, ou não se teria esquecido de Mitroglou,
um semi-Deus cujos poderes o têm notabilizado na Ibéria.
Não é o caso do nativo e terrivelmente mundano Luís
Ferreira, detentor de uma arma outrora poderosa, mas ainda útil amiúde – um apito
dourado. Não anulou totalmente os poderes de Mitroglou, mas quase. No passado,
o desavergonhado Luís Ferreira, então desconhecido, serviu os mestres da tal
arma nos tribunais e, no presente, apesar da sua aparente propensão para o erro
selectivo, tem tido direito a apitar diversas partidas de águias e dragões,
sempre em prejuízo dos primeiros e benefício dos segundos (e não é o único).
Diz-se dele que goza da protecção de um tal de Costa. Se é Paulo ou Pinto, não
se sabe, mas sairá com boa avaliação ou bofetada de um super adepto.
E o que dizer de Saraiva do Facebook, papagaio do Talismã de
Carvalho e descobridor dos “exércitos mitológicos” nas fábulas de La Fontaine. Ou
se trata de um mito e seria um aprendiz de Némesis, ou de uma fábula, e nada
melhor que um caniche irritante e inconsequente para representá-lo. É que, aos leões,
resta assegurar o terceiro lugar. Aos lagartos, interessará sobretudo lutar
contra o tetra ou Bi 18. Por isso, em vez de nos agradecerem os pontos no
ranking da UEFA e a nossa ajuda no firmamento da sua posição no futebol
português, a terceira, pelo contrário atacam-nos despudoradamente. Sobre os
escândalos portistas, incluindo frente ao Sporting, nem uma palavra. São, de
facto, os idiotas míticos e úteis da fábula do dragão dourado.
Jornal O Benfica - 24/2/2017