Num clube como o Benfica, cuja ambição pelas vitórias é
permanente e insaciável e a glória inigualável, é essencial equilibrar o desejo
por conquistas e o respeito pelos adversários. Para se representar o Benfica é
necessário saber lidar com a pressão, que existe em enormíssima dimensão, sem
receio de almejar tudo ganhar, mas cientes de que não competimos sozinhos.
Mais que declarações estéreis de força, que só acrescentam
peso à nossa camisola e motivam os concorrentes, o Benfica deverá sempre
perceber as suas limitações e os seus erros, reconhecer o mérito dos adversários
e propor-se a trabalhar com vista à prossecução dos seus objectivos.
Nesta linha, apesar da frustração no que respeita às
principais modalidades de pavilhão, creio que, enquadrada historicamente,
2015/16, apesar de não poder ser considerada uma boa época, esteve muito longe
de ser má. Marcámos presença em todas as decisões, à excepção da Taça da Liga
de futsal, e vencemos 8 títulos e troféus nacionais em 17 possíveis (acresce a
presença nas meias-finais de quatro competições europeias, incluindo o triunfo
da Liga Europeia de hóquei em patins pela segunda vez na nossa história). É
certo que apenas fomos campeões nacionais numa destas modalidades, mas a
competitividade das nossas equipas foi, indiscutivelmente, elevada.
Em muitas épocas do nosso historial, o desempenho obtido em
2015/16 seria considerado bom. A questão é que, devido às duas temporadas
anteriores figurarem nas três melhores de sempre, as expectativas eram
elevadíssimas. O grande desafio para 2016/17? Trabalhar para repetir 2014/15
(12 títulos e troféus, incluindo 4 CN) e, assim, dificultar 2017/18!
Jornal O Benfica - 24/6/2016