Não fosse aquela noite azarada, de extrema ineficácia, ante
um Porto débil (que perdure por muitos anos!), e já seríamos tricampeões. O
percurso benfiquista desde o empate na Madeira, frente ao União, é
impressionante, só ao alcance de uma enorme equipa que alia, à elevada
capacidade técnica e táctica dos jogadores, a vontade inexcedível de alcançar a
glória.
19 vitórias nas últimas 20 partidas do campeonato, sem que
qualquer das restantes competições tenha sido desprezada (final da Taça da Liga
e quartos-de-final da Liga dos Campeões), é absolutamente notável.
Rui Vitória merece que lhe seja reconhecido o mérito
extraordinário que tem neste feito. Foi recebido no Benfica com desconfiança
por parte de muitos benfiquistas, lançou jovens da formação, aguentou alguns
maus resultados no início da temporada, evitou ao máximo a desculpabilização
com más arbitragens (e poderia tê-lo feito) e foi atacado de forma sabuja por
adversários e uma certa comunicação social conivente. A tudo isto reagiu com
muito trabalho e um discurso sereno, focado nos objectivos da equipa. O
Marítimo – Benfica foi apenas mais um exemplo. Acresce que, com a expulsão do
Renato Sanches ainda na primeira parte, manteve a forma de jogar da equipa e
não prescindiu de procurar incessantemente a vitória. Conseguiu-a diante um bom
adversário (e de outros pela calada) e uma péssima actuação do árbitro.
Agora falta derrotar o Nacional. Não será fácil certamente,
mas confio que a nossa equipa será capaz de conquistar o ambicionado
tricampeonato. Independentemente do desfecho da última jornada, esta equipa
técnica e este plantel “honram os ases que nos honraram o passado”!
Jornal O Benfica - 13/5/2016