Foi com enorme satisfação que li o Relatório e Contas da
SAD. Não só pela apresentação de resultados positivos pelo terceiro primeiro
semestre consecutivo, mas principalmente por este se ter verificado num período
em que os resultados com direitos de atletas foram negativos (-6.5M€).
Tal significa que o resultado operacional foi
suficientemente positivo (18.1M€) para cobrir o referido prejuízo nas operações
com atletas (tipicamente, o que equilibra as contas das SAD portuguesas) e os
habituais resultados financeiros penosos no apuramento das contas devido aos
elevados montantes dos empréstimos contraídos.
Ou seja, a actividade operacional (prémios da UEFA, direitos
televisivos, bilhética, Red Pass, Corporate e outros, sem atletas) gerou
recursos financeiros que em muito suplantaram os custos necessários para
suportá-la, permitindo um ganho muito interessante no período em análise. Por
outras palavras, a SAD do Benfica, mantendo esta tendência, é viável e tenderá
a tornar-se menos dependente da alienação de passes de atletas.
Isto porque foi simultaneamente possível reduzir o passivo
em 20.5M€ (4.5%) e grande parte dessa redução ter resultado da diminuição dos
empréstimos obtidos (13M€). O impacto positivo nos resultados financeiros foi de
cerca de 1.7M€. Este deveu-se sobretudo ao menor pagamento de juros à Banca
(-1.3M€ ou -15%). Como a SAD do Benfica é cumpridora, nunca contará, como
outros, com qualquer perdão de juros…
P.S. Faleceu, aos 36 anos, um nosso consócio que tive o
prazer de conhecer. A devoção benfiquista do Francisco Nascimento passava pelo
pagamento de quotas, acompanhamento dos jogos e por uma inacreditável colecção
de camisolas. Até sempre!
Jornal O Benfica - 10/3/2017