Tenho por hábito, quando regresso a casa do estádio da Luz
após um jogo da nossa equipa, utilizar a funcionalidade das gravações
automáticas para ver o chamado pós-jogo na BTV. Pelas entrevistas, pela
conferência de imprensa, pelos melhores lances da partida… Enfim, por se tratar
da extensão do triunfo benfiquista que tive o prazer de desfrutar no estádio.
A excelência da transmissão, enormemente beneficiada pelo
tratamento jornalístico respeitador do código deontológico do jornalismo, que
muitos duvidaram extemporaneamente que viesse a acontecer, além de se tratar de
verdadeiro serviço público, engrandece, mesmo por isso, o Sport Lisboa e
Benfica. Ser grande, mais que uma questão de dimensão ou de pregação de
grandeza, passa sobretudo por atitudes.
No passado fim-de-semana, houve uma novidade. O novo formato
da entrevista ao Rui Vitória foi tão surpreendente quanto útil. Em meia hora, o
nosso treinador revelou o seu ponto de vista acerca da partida e incidências da
mesma. Numa linguagem clara e inteligível, falou de futebol e de dinâmicas de
grupo. Quem assistiu à entrevista, ficou a perceber um pouco mais do jogo.
Mas sejamos claros. Este formato arrojado, por ser inovador,
só é possível por Rui Vitória ser o nosso treinador. Creio até que o
departamento de comunicação do SLB, também de parabéns pela iniciativa, confiante
na capacidade de comunicação de Rui Vitória, pouco terá hesitado em permitir
este género de exposição. Vitória, quando fala, nem dá pontapés na gramática,
nem se deixa enredar em auto-elogios. Muito menos encadeia citações de manuais
de auto-ajuda. Tem ideias e sabe transmiti-las. E o Benfica ganha com isso.
Jornal O Benfica - 27/1/2017