O ambiente do futebol português, à semelhança do vivido na
temporada passada, está irrespirável. A diferença é que, se há um ano as
acusações torpes e as insinuações constantes brotavam somente em Alvalade,
agora germinam também nas Antas.
Que há e sempre houve antibenfiquismo por essas bandas, já
nós o sabemos. E nem sequer é novidade ser tão notória a instrumentalização
desse sentimento na comunicação desses clubes, servindo simultaneamente de
pressão aos diversos agentes, de auto-motivação e de desresponsabilização dos
seus insucessos.
O que eles não percebem é que, tendo nós a capacidade
desportiva para lutar por títulos, só nos motivam em prol da prossecução dos
nossos objectivos. Criticando-nos e acusando-nos constantemente, mais do que
induzirem comportamentos autofágicos entre nós, antes nos unem. Tornam
evidente, para nós, que há um objectivo maior – sermos campeões – do que a
exigência connosco próprios que tanto gostamos de sentir, apregoar e praticar. Essa
terá o seu tempo, o qual ainda não chegou. E, com isso, ofereceremos a
necessária tranquilidade e o indispensável apoio que a nossa equipa tanto
necessitará quando a desinspiração for a nota dominante, como aconteceu em
Moreira de Cónegos no passado fim-de-semana, não pondo em causa, no entanto, a
justiça da nossa vitória. Pela minha parte, obrigado aos antibenfiquistas.
Entretanto, a nossa equipa de voleibol disputará mais uma
final dos playoffs, a oitava consecutiva, numa temporada em que tem sido
afectada por uma quantidade inusitada de lesões. Para um clube com pouca
tradição na modalidade como o Benfica, é impressionante o percurso feito nos
últimos anos.
Jornal O Benfica - 14/4/2017