No fim-de-semana passado, o tetracampeão Benfica perdeu o
título de basquetebol. A notícia é relevante pois esta é a modalidade que, nos
últimos oito anos, a par do atletismo, mais troféus tem conquistado para
engrossar o imenso e inigualável espólio do Sport Lisboa e Benfica.
Seis Campeonatos Nacionais, três Taças de Portugal, quatro
Taças da Liga, seis Supertaças e cinco Troféus António Pratas completam o
pecúlio obtido desde há oito temporadas, fazendo recordar outros dois períodos
áureos do Benfica na modalidade: Nos anos 60, de pentacampeonato; e dos anos 80
a meados dos 90, com dez Campeonato Nacionais em onze épocas, além de muitos
outros títulos e troféus.
Num clube com estes pergaminhos numa modalidade, estar aquém
do estatuto de campeão é, não há outra forma de o dizer, um falhanço, não
obstante o sucesso em três competições (Taça de Portugal, Supertaça e Troféu
António Pratas) na temporada que agora findou.
Importa, por isso, reflectir sobre a época, identificar as
lacunas e perceber os fundamentos do mérito do adversário para que se possa
corrigir, o mais depressa possível, o que tiver de ser corrigido. Aliás, à
semelhança do voleibol, em que não nos satisfazemos com uma Supertaça, uma Taça
de Portugal e a presença na final da terceira competição europeia.
Trabalhar muito, ganhar e ambicionar sempre mais é saber
servir o Benfica. Quer Carlos Lisboa, quer José Jardim, sabem-no melhor que
ninguém, não fossem eles, nas suas modalidades, quem mais ganhou ao serviço do
clube. “Honrai agora os ases que nos honraram o passado”, escreveu Félix
Bermudes. No caso destes treinadores, é a eles próprios, entre muitos outros,
que se honram.
Jornal O Benfica - 3/6/2016