- Que bom é ver Gonçalo Guedes de regresso ao Benfica. É um dos mais notáveis protagonistas da geração BTV, aquela que acompanhámos, através do nosso canal de televisão, o crescimento nos diferentes escalões etários. Guedes, que sempre deu nas vistas pela irreverência e pelo enorme potencial, é daqueles em que mais se notou evolução, deixando paulatinamente de ser um muito entusiasmante jogador da bola para se tornar num formidável jogador de futebol. E a estreia após o regresso deu-se com um golo, um daqueles típicos dele que tantas vezes o vimos conseguir nas camadas jovens;
- A todos os que olham para os 15032 na Luz e desdenham o
recorde de assistência nos jogos oficiais da vertente feminina do futebol,
relembro que na jornada do Campeonato Nacional dos homens disputada no mesmo
fim-de-semana houve somente duas partidas com mais espectadores;
- Diz o povo “quem não chora, não mama”; dirá Paulinho,
avançado do Sporting, “quem não grita, não mama”. E pensará Taremi: “Tenho
concorrência”;
- A Juventus foi castigada por sobrevalorizar transferências
de jogadores para embelezar as contas. O que tem isto a ver com o futebol português?
Absolutamente nada. Não há qualquer suspeita de ter enveredado por esta prática
em conluio com FC Porto, Sporting ou V. Guimarães;
- Há uma vítima de julgamento público sem que se conheçam
provas de quaisquer ilícitos, sofrendo com isso danos reputacionais e outros,
até desportivos, que o condicionamento não acontece apenas com visitas ao
centro de rendimento dos árbitros na Maia. Sabe-se que há uma investigação
iniciada há já vários anos, ao ponto dessa vítima ter sido agora constituída
arguida para que, de acordo com a comunicação social, não houvesse prescrição
dos alegados, mas desconhecidos, ilícitos, observando-se a inexistência, ainda
e passados tantos anos, de qualquer acusação. Essa vítima nem sequer sabe
concretamente as razões para que tivesse sido constituída arguida, apesar de um
representante de uma terceira parte, por coincidência aquela que teve um outro
seu representante, na televisão, a deturpar o conteúdo de emails roubados para
criar uma narrativa sobre o investigado, assumir que o seu representado conhece
a investigação, contribuindo dessa forma, mesmo que eventualmente de forma
inadvertida, para adensar o clima de suspeição generalizada. E o julgamento na
praça pública, assente em coisa nenhuma, lá continua. Nada disto é original, o
Kafka escreveu uma versão mais ou menos parecida e chamou-lhe “O processo”.
Jornal O Benfica - 27/1/2023