Por muitos e variados rótulos que os nossos adversários
tentem colar às nossas conquistas, a realidade insiste em desmenti-los. E são
eles próprios a reconhecê-lo: O FC Porto, a culminar um ano de acusações torpes
dirigidas ao nosso clube, despediu o seu treinador. Afinal, nesta “Liga
Salazar”, foi Nuno Espírito Santo quem caiu da cadeira. E nem falo do Sporting,
cujo treinador recusou afirmar-se desiludido com a óptima (do meu ponto de
vista) época realizada pela sua equipa porque, salvo ocasionalmente, já não
conta para o Totobola desde que este era levado a sério. São os adversários que
temos. Merecemos tanto ganhar como eles merecem perder.
E enquanto eles permanecem num processo de autofagia, nós só
temos que preservar a nossa ambição por mais conquistas. Desde logo no próximo
domingo, no Jamor. O Vitória de Guimarães, apesar da imagem débil deixada no
estádio da Luz no jogo da penúltima jornada do campeonato, é um adversário difícil
cujo percurso ao longo da época justifica elogios. Só um Benfica à Benfica
garantirá o triunfo da nossa 29ª Taça de Portugal. E aí sim, “rumo ao 37”.
Mas o fim-de-semana passado, além do término do campeonato
que nos permitiu alcançar o tetra e atingir o dobro dos títulos dos outrora
nossos rivais, trouxe-nos o regresso ao primeiro escalão do râguebi.
Finalmente!
Em Portugal, somos os mais antigos com prática ininterrupta
da modalidade (desde 1924) e, apesar de anos à deriva, figuramos ainda no terceiro
posto dos clubes que mais campeonatos nacionais conquistaram e lideramos o
palmarés da Taça de Portugal. Disputar a divisão de honra e, quem sabe a médio
prazo, lutar pelo título, fará jus à nossa história gloriosa.
Jornal O Benfica - 26/5/2017