Da derrota na Madeira, tão inesperada quanto injusta,
prefiro salientar a excelente exibição da nossa equipa, nomeadamente até aos 75
minutos. A posse de bola a rondar os 80% e as várias oportunidades claras de
golo criadas, acima da já elevada média verificada ao longo do campeonato,
tornam esta avaliação, do meu ponto de vista, irrefutável.
Em suma, “tudo” teve que acontecer para voltarmos a perder
ao fim de 23 jogos na competição: Péssima arbitragem (técnica e
disciplinarmente); anti-jogo maritimista (com complacência de Vasco Santos, uma
subespécie de árbitro); sorte do adversário no primeiro golo (não bastaria a
queda de Luisão, ainda houve um desvio de Nélson Semedo que impossibilitou
Ederson de defender o remate); e, sobretudo, ineficácia gritante da nossa parte.
Resta-me afirmar que, se conseguirmos criar sempre tamanha superioridade em
relação aos adversários, o que não é fácil, estou certo que ganharemos todos os
jogos.
Entretanto, o desaire na Madeira já lá vai e receberemos o
Sporting numa posição menos confortável do que seria expectável. Uma derrota no
dérbi significará a perda da liderança. No entanto, atribuo favoritismo à nossa
equipa pois, além de continuar líder, tem sido aquela que, não obstante a
inacreditável onda de lesões que a tem atingido, melhor futebol tem praticado
ao longo da época. Por outro lado, um cenário de derrota, apesar de
profundamente desagradável e de significar mais um título para o Sporting, em
nada colocará em risco a nossa pretensão de conquista do tetra, o qual nunca
conseguimos, mas que permanecerá, ainda assim, claramente ao nosso alcance. Até
porque, como se sabe, não há campeões à 12ª jornada…
Jornal O Benfica - 9/12/2016