Ele há coisas do diabo. Associar o estádio da Luz a qualquer
questão relacionada com segurança remete-nos unicamente para a excelência das
suas condições. Não tem fosso no qual poderão cair adeptos, por exemplo. Ainda
recentemente foi escolhido pela UEFA para a realização de uma final da Liga dos
Campeões e é, como se tem observado, o palco preferencial da Federação
Portuguesa de Futebol para as partidas da sua selecção.
Não é, no entanto, à prova de comportamentos de gente
transtornada psicologicamente, como os pirómanos. Menos ainda se esses, ao
satisfazerem o seu desejo de provocarem incêndios, não sejam minimamente
criticados pelos dirigentes do seu clube. Nem tão pouco se revela eficaz
perante a actuação, vá lá, musculada do primeiro bate, depois pergunta, de um
tipo de polícia que, de quando em vez, dispara para o ar e atinge quem, por ser
homem, está impossibilitado de voar. Ou mesmo a um nível de muitíssima menor
gravidade, como num caso passado comigo, pacato cidadão pagador dos meus
impostos e que até me barbeio com alguma regularidade (embora menor que a
desejada por mãe e namorada), que por ter andado distraidamente junto a uma chamada
linha de segurança, fui empurrado e insultado por um troglodita fardado e
armado, por certo instruído para se situar acima da lei para fazê-la cumprir.
Mas parece que se fala de claques… De uma vez por todas: os
benfiquistas que assistem aos jogos nos sectores geralmente conotados com
claques são sócios do Benfica com as quotas em dia e detentores de lugar
cativo, vulgo Red Pass. Desde quando é que o direito à livre associação se
tornou numa obrigatoriedade?
P.S. A supertaça é um troféu, não é um título.
Jornal O Benfica - 4/8/2017