É notória e entusiasmante a evolução da nossa equipa de
futebol. Segura, compacta, agressiva defensiva e ofensivamente, rápida, quando
necessita, e serena, quando se lhe pede, na circulação de bola, concretizadora
e, sobretudo, unida. E ainda sem Salvio, Luisão, Gaitán e Nelsinho, a
demonstrar que o tricampeonato não é a miragem que muitos precocemente
vaticinaram ser.
A união é a chave, como se viu no Estoril, qual mini estádio
da Luz de muros amarelos, numa simbiose perfeita entre a ambição da equipa técnica,
a garra dos jogadores e a determinação dos adeptos, incansáveis no apoio
inexcedível sem paralelo noutras cores do futebol português. União em torno dos
seus objectivos e aspirações, por si e para si, e não em função dos outros,
porque, entre benfiquistas, a grandeza e a glória do Benfica são as únicas (e
suficientes) forças motrizes do seu empenho.
O Benfica até poderá não se sagrar campeão nesta temporada,
mas a apresentar-se sempre em campo e nas bancadas desta forma também não
perderá. Ser campeão, ser o Benfica, são sinónimos de uma forma de estar e
viver o desporto e o clubismo, indiscutivelmente ímpar em Portugal, por certo
rara no mundo.
Uma nota final para Bruno de Carvalho, presidente leonino, unificador
de benfiquistas, que “reconheceu” os seus excessos comportamentais ao afirmar
que a pressão sobre os árbitros já lhe mete nojo. Creio que só mesmo um maníaco
obsessivo e delirante agravado pelo sentimento de ódio a um rival poderia
prosseguir no rumo que vinha insistindo desde que o cargo que ocupa lhe
ofereceu visibilidade pública. Dessa forma, um dia até poderia ganhar, mas
nunca seria um vencedor. Nunca será.
Jornal O Benfica - 22/1/2016