De pouco adiantará versar sobre o nevoeiro da Choupana, tão
denso quanto frequente nesta altura do ano. Numa partida em que, mais uma vez,
Jonas foi o protagonista – o hat-trick obtido permitiu-lhe colocar-se, com 50
golos em apenas 61 jogos, na 42ª melhor posição do ranking dos melhores
marcadores de sempre do Benfica em competições oficiais – o Benfica logrou
obter a décima vitória em onze jogos, demonstrando que, não só é o bicampeão em
título, como se assume convicta e factualmente enquanto candidato à conquista
do tricampeonato, “título” que nos foge há quase quatro décadas.
O bom desempenho nas últimas jornadas assenta na veia
goleadora de Jonas e, sobretudo, na qualidade colectiva que teimava em surgir. Para
tal contribui decisivamente o despontamento de Renato Sanches e a recuperação
física de Fejsa, formando uma dupla a meio-campo capaz de recuperar muitas
bolas e de sair rapidamente em posse para o ataque. Sem Salvio, Luisão e Nélson
Semedo, além de um Gaitán intermitente, Pizzi, Lisandro, André Almeida e
Carcela têm dado boa conta do recado, deixando antever um futuro prometedor à
nossa equipa, assim tenhamos a fortuna de todos os nossos jogadores estarem
aptos a darem o seu contributo.
Compreende-se, portanto, que o Benfica continue a ser, por
parte dos seus adversários, o alvo preferencial do jogo falado. Apesar de
saídas e lesões de jogadores importantes, do mau início de campeonato e de
sucessivas arbitragens prejudiciais aos nossos interesses (e à verdade
desportiva), estamos somente a quatro pontos da liderança já depois de algumas
deslocações tradicionalmente difíceis (Guimarães, Braga, Nacional, Porto). Que
venha o Estoril!
Jornal O Benfica - 15/1/2016