Já o escrevi várias vezes: O Benfica tem sido severamente
prejudicado pelas arbitragens, contrastando com os frequentes benefícios
concedidos a Sporting e F.C. Porto. Constatar esta evidência não desculpabiliza
o nosso percurso aquém das expectativas, embora saibamos que as dinâmicas de
vitória, tão relevantes para as equipas quanto os aspectos técnicos e tácticos,
obtêm-se… com vitórias. Com arbitragens normais, isto é, em que houvesse boas e
más decisões equitativas quanto aos clubes afectados, a classificação seria
mais favorável aos nossos interesses, mesmo que os problemas sentidos pela
nossa equipa subsistissem.
Neste contexto, o Benfica não só terá que ser superior aos
seus adversários, como necessita de um esforço adicional para ultrapassar as
dificuldades criadas por quem tem o dever de imparcialidade mas não o tem
demonstrado.
O Benfica é bicampeão nacional, tem que ser exigente consigo
próprio e com os outros. Deverá identificar as suas lacunas e colmatá-las. Terá
que perceber os seus erros e não repeti-los. E não poderá permitir que sejam os
árbitros a acentuar as suas fases menos boas e a disfarçar idênticos
constrangimentos dos nossos adversários.
A fruta, o café com leite e as viagens apresentaram bons
resultados no passado. A constante auto-vitimização e atordoadas em todas as
direcções estão a produzir efeitos no presente. Contudo, nunca serão esses os
caminhos trilhados pelo Benfica. Preferimos trabalhar e preparar o futuro, sem
desvios motivados pelas circunstâncias e imunes à tentação de utilização de
estratégias que só uma comunicação social subserviente ou demissionária das
suas funções não desmascara. Denunciemos então!
Jornal O Benfica - 25/12/2015