Em pleno período estival, comecei o dia a planear uma ida à
praia depois de despachar alguns assuntos, entre os quais esta crónica. No
entanto, após me chegarem os ecos da Assembleia-Geral do Sporting, temo que não
mais conseguirei sair à rua, receoso do repetidamente anunciado “Sporting forte”,
uma espécie de, presumem eles, veneno para benfiquistas.
Já me tinha acontecido o mesmo com o abalo sísmico neste
cantinho da Europa provocado pelo lançamento da primeira pedra do pavilhão João
Rocha, aquele que, se de facto vier a ser construído, devolverá os pavilhões de
Mafra e Odivelas aos seus munícipes.
Não fossem, entretanto, a conquista dos títulos e taças de
Futebol, Basquetebol, Futsal, Hóquei em Patins, Voleibol e Atletismo, talvez
não tivesse resistido. Nessa altura, disse o presidente sportinguista, repetindo-o
agora, que “um Sporting forte assusta muita gente”. Sobretudo os
sportinguistas, acrescento eu, que sabem lá o que isso é. Não sabem eles nem
sabe ninguém, que as fantasias são de quem as tem e dificilmente são
transpostas do plano imaginário para o real. Por exemplo, tenho um amigo que, a
determinada altura, fantasiou que Ricciardi e Sobrinho constariam entre os
alvos da auditoria feita à gestão do Sporting nos últimos anos. Enfim,
fantasias quem as não tem...
Cuidado Benfiquistas! Na próxima temporada teremos que
defrontar um “Sporting forte” e, como se prevê para os lados do centro de
estágio da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia, “o melhor plantel dos últimos
31 anos”. Por aqui, entre entradas e saídas, seremos somente “O Benfica”.
Esquecem-se os nossos adversários que esse é o nosso maior trunfo.
Jornal O Benfica - 3/7/2015