segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

A grande diferença

Quem diria, em 1907, que a “deserção” de oito jogadores do Sport Lisboa para o Sporting seria o início de uma relação centenária entre ambos os clubes, cujos papéis estão perfeitamente definidos: O Benfica é o alvo preferencial, senão único, da cobiça sportinguista. E cabe-lhe prosseguir no seu rumo, indiferente a quem tenta, por todos os meios, chegar-se à sua grandeza.

Esta relação de forças resulta numa atitude comportamental distinta. Se, do lado encarnado, chega a existir uma certa bonomia perante as investidas leoninas, do Lumiar chovem ameaças de ataques fatais ao, embora só intimamente por eles reconhecido, domínio benfiquista.

Tal consubstancia-se no seguinte: Os sportinguistas pressentem que poderão superiorizar-se aos benfiquistas num determinado momento, o que acontece ridícula e frequentemente. Alardeiam feitos inolvidáveis por realizar, dedicam-se a festejos antecipados e ataques de toda a espécie e anunciam a inversão definitiva dos papéis de cada clube nesta rivalidade.

Esquecem-se, ou fazem por esquecer, que a superioridade benfiquista é a norma e que a “glória” leonina, quando ocorre, é efémera. Em Portugal, o adjectivo “glorioso” tem dono e só combina com o vermelho. Por isso, independentemente de quem sairá vitorioso do próximo dérbi e do estado de espírito resultante do mesmo, o Benfica continuará a ser o incontestado glorioso e o Sporting não passará do frustrado aspirante a ser o Benfica que nunca conseguiu ser. Todos os resultados são possíveis, mas a afirmação anterior já merece o cariz dogmático que lhe atribuo.

P.S.: Que fim-de-semana passado… Tão vitorioso quanto ecléctico, só ao alcance de um clube como o SLB!

Jornal O Benfica - 23/10/2015

Números da semana (167)

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