Por umas horas, sempre que o Benfica é campeão, a praça
Marquês de Pombal torna-se no centro do mundo benfiquista, repleta de adeptos
fervorosos no apoio ao clube e orgulhosos pelo título conquistado. Por muito
que certos adversários, por clubite, tentem impor, aos seus conterrâneos, um
sentimento bacoco de regionalismo, o benfiquismo é imparável e resistente à
distância ao estádio da Luz. Se é verdade que o Sport Lisboa e Benfica foi
fundado em Lisboa, não menos o é que daí partiu para o mundo e nele cresceu, ancorado
na dedicação clubista de milhões de pessoas que, apaixonada e imensuravelmente,
anseiam que o clube cresça em dimensão e glória.
O Sport Lisboa e Benfica não é de Lisboa, é de onde quer que
existam benfiquistas e estes são muitos e estão espalhados por todos os
continentes. O Benfica é a maior instituição portuguesa, é um símbolo da
lusofonia. É o clube mais popular em Portugal e em todos os países da África
lusófona. É, possivelmente, o mais amado em França e na Suíça. É, em muitos
casos, o que resta de Portugal nos descendentes da diáspora, o que os une a um
país distante que não soube dar aos seus pais e avós condições mínimas de vida.
É, também, a par da língua portuguesa, um dos poucos exemplos de sobrevivência
de um Portugal outrora colonialista.
Tal só é possível porque o Sport Lisboa e Benfica é, e
sempre foi, um clube universal, integrador e livre. Ser benfiquista é um estado
de alma transversal, indistinto à idade, raça, credo ou status social, económico
ou cultural. O benfiquismo é infinito, imune à erosão dos tempos e às vontades
dos seus detractores. O Benfica é, por definição, o campeão!
O Benfica - 22/5/2015