Rui Vitória disse, no final da partida disputada em
Alvalade, e com razão, reconheça-se, que“basta! Têm de respeitar o Benfica”. No
entanto, este desabafo peca por tardio, uma vez que poderia ter sido feito no
Algarve, após a supertaça, em Aveiro, no rescaldo da partida frente ao Arouca,
ou na Luz, depois do Moreirense e Sporting. Se a estas arbitragens
desfavoráveis ao Benfica, acrescentarmos os benefícios ao Sporting (nos três
dérbis e, pelo menos, Tondela, Nacional, Estoril e Arouca), torna-se evidente
que a estratégia de guerrilha montada ao Benfica, bem como as jogadas nos
bastidores do futebol empreendidas no último defeso, estão a resultar.
É certo que a nossa equipa está aquém das expectativas e
urge perceber e corrigir as razões do seu desempenho. Sou coerente e reafirmo
que concordo com o rumo traçado, o qual acredito que nos trará benefícios a
médio prazo. Os desaires no imediato, ao invés de motivarem uma inversão da
estratégia ou soluções de recurso dispendiosas e porventura ineficazes, deverão
antes ser analisados para que possamos compreender o que necessitamos de
melhorar.
Mas sejamos claros, o Benfica é o alvo a abater. Pelos
vistos, as estratégias “à anos 90” mantêm-se válidas no século XXI, persistindo
algo, no nosso futebol, que julgava erradicado: A arbitragem permanece frágil e
permeável às pressões e à percepção de onde reside o poder. A insídia, a
calúnia, a difamação e alguma comunicação social conivente continuam a ter a
capacidade de marcar e evitar golos, além de conferir impunidade a futebolistas
talhados para as artes marciais. As razões da má época até ao momento não se
esgotam nas nossas carências…
Jornal O Benfica - 27/11/2015