Era ponto assente que, independentemente das circunstâncias,
o anúncio do abandono de Jorge Jesus do comando técnico da nossa equipa, provocaria
as mais diferentes reacções entre os Benfiquistas.
Como sempre há aqueles que julgam que o clube irá “acabar”.
No polo oposto encontram-se os que acreditam piamente que o sucesso Benfiquista
obtido ao longo da história se deve exclusivamente à grandeza do Sport Lisboa e
Benfica e à capacidade daqueles que, num determinado momento, o dirigem e o
representam. A maioria, creio, sabe reconhecer que a glória alcançada é fruto
do trabalho e dedicação de todos que contribuem para o engrandecimento da
instituição, encarnando a expressão E Pluribus
Unum que, mais que uma mera divisa, consubstancia
o espírito Benfiquista, o verdadeiro e único motivo da grandeza do nosso clube.
Jorge Jesus, com toda a competência e mérito que lhe são
reconhecidos, foi uma peça importante nas conquistas (e derrotas!) encarnadas
nos últimos anos. No entanto, apesar do seu apelido, não é o messias. Sem as
condições que lhe foram proporcionadas para desenvolver o seu trabalho, os
jogadores colocados à sua disposição ou o apoio incessante da massa adepta do
Benfica, o ex-treinador do Benfica apresentaria, ao fim destes seis anos e pese
o seu valor, o mesmo currículo que tinha quando se juntou à família
Benfiquista: Um deserto de títulos.
Esta constatação, que me parece indiscutível, deverá servir
de lição para o futuro próximo. Independentemente do treinador a quem for dada
a honra de liderar o futebol Benfiquista, dificilmente terá “pior” currículo
que o nosso ex-técnico quando chegou à Luz. O resto manter-se-á certamente.
O Benfica - 12/6/2015