A Supertaça tem um valor reduzido. É importante, na medida
em que se trata de um troféu oficial, mas de âmbito limitado, por se tratar de
um jogo apenas. No entanto, valerá certamente mais que as ilações tiradas sobre
o desempenho dos seus intervenientes, geralmente extemporâneas e caracterizadas
pela euforia entre os vencedores e o alarmismo entre os vencidos. Em suma, é
cedo para se chegar a conclusões.
Não sabemos, por exemplo, se o mau desempenho do árbitro
Jorge Sousa é indicador de má forma física ou se se tratará do regresso,
passados alguns anos, de uma certa tendência da sua parte para nos prejudicar.
Desconhecemos, também, os índices físicos das equipas, sendo
que me pareceu que o nosso adversário se apresentou mais solto e pressionante,
talvez devido a uma preparação física mais acelerada por ter que disputar a
eliminatória de acesso à fase de grupos da Liga dos Campeões.
Da mesma forma ignoramos o valor dos plantéis, numa altura
em que subsiste alguma indefinição, seja por estarem ainda em aberto, seja por
existirem novos jogadores a precisarem de tempo para se adaptarem a uma nova
realidade.
O jogo, enfim, se é verdade que jogámos mal (no capítulo
ofensivo), não menos o é que, ainda assim, dispusemos de oportunidades para nos
adiantarmos no marcador e fomos penalizados por um lance fortuito do ataque
sportinguista e um erro clamoroso de Jorge Sousa, como que a materializar uma espécie
de malapata nesta prova, na qual, em dezassete presenças, saímos derrotados em
doze. Recordo, aos mais pessimistas, que Rui Vitória apenas orientou a nossa equipa
numa delas…
Jornal O Benfica - 14/8/2015