Na semana passada, partilhei a evolução do meu número de
sócio para demonstrar que o crescimento da nossa massa associativa foi muito
significativo nas últimas décadas e que é normal, com o processo de
renumeração, verificar-se uma diminuição acentuada da quantidade de sócios.
Este fenómeno, comum a qualquer clube, deve-se a falecimentos
ou à incapacidade do pagamento de quotas (agudizada nos últimos anos), mas
sobretudo aos “sócios de ocasião”.
Por “sócios de ocasião” entendo todos aqueles resultantes de
campanhas de mobilização clubistas (p.e. em 1994, após a crise de tesouraria e
o título nacional, houve um enorme aumento de sócios) e/ou comerciais (o “Kit
Sócio” apela ao sentimento clubista e introduziu a possibilidade de oferta do
mesmo e descontos em produtos e serviços de parceiros do clube), mas que,
passado algum tempo, se desinteressam. São também grande parte dos atletas de
todas as modalidades e escalões, sabendo-se que existe uma rotatividade
significativa na composição desses plantéis, com centenas de entradas e saídas
anualmente. Também muitos dos ex-funcionários. E ainda o pai ou mãe que se
associa ao clube para que os seus filhos possam ser sócios isentos do pagamento
de quotas até aos 14 anos e usufruírem de descontos relevantes nas mensalidades
da modalidade por eles praticada.
Perante este enquadramento, não me surpreenderá se
assistirmos a uma grande redução do número de sócios, nem me preocuparei muito
com isso. Mais importante será compararmos o total de associados após as
renumerações efectuadas ao longo da nossa história. Pouco acima dos 41500 em
1974, quase 66000 em 1986, cerca de 78000 em 1993, à volta de 135000 em 2005…
Jornal O Benfica - 7/8/2015