A breve troca de passes entre Renato Sanches e Luisão, no
término da partida frente ao Boavista, revestiu-se, creio, de grande
significado e simbolismo.
A estreia do nosso médio, ainda júnior, no estádio da Luz,
após uma curta participação em Aveiro, foi, assim, apadrinhada pelo nosso
capitão, em tarde de particular importância para o central brasileiro que, como
habitual, foi ignorada pela generalidade da comunicação social, mais preocupada
com o acessório do que com o essencial.
Daqui a uns tempos, mais próximos até do que se julga,
poucos se recordarão das críticas extemporâneas, injustas e alarmistas aos
desempenhos de Luisão. No entanto, o marco atingido pelo defesa-central
constará na história. O nosso capitão igualou, em número de jogos, Francisco
Ferreira, sendo agora o 11º futebolista com mais presenças em jogos da equipa
principal do Benfica (523). À sua frente, apenas Nené, Coluna, Humberto Coelho,
Veloso, Shéu, Bento, Eusébio, Simões, Toni e Cavém.
Naqueles passes entre Renato Sanches e Luisão, o futuro foi
tocado pelo presente, que inclui já Gonçalo Guedes, no seu primeiro ano de
sénior, a marcar golos e a fazer assistências, tornando-se rapidamente num dos
valores mais válidos do nosso plantel.
Não fossem as sucessivas arbitragens a beneficiar o Sporting
(já são tantas que, apesar da péssima exibição benfiquista no dérbi, legitima
recordar o penálti perdoado na Luz ao Sporting estava ainda 0-0), a afirmação
destes jovens atletas poderia ser ainda mais enaltecida.
Já se sabia que a implementação desta filosofia acarretaria
riscos desportivos. É pena que as más arbitragens os potenciem. Pedro Proença
bem ameaçou que iria mudar o “futebol”…
Jornal O Benfica - 13/11/2015