A vitória em Madrid foi extraordinária: Pela dificuldade e
importância da partida nas contas da da LC; Pelo escasso pecúlio Benfiquista em
Espanha (não vencíamos desde 1982); Pelas diferenças tácticas e comportamentais
da equipa contrastantes com os desempenhos em jogos fora nesta prova nos
últimos anos (com Jorge Jesus, em 17 jogos, o Benfica venceu apenas três nos
recintos do Otelul, Basileia e Anderlecht e empatou quatro); E, também, com o
descalabro anunciado no início da temporada pelos arautos da desgraça, por ter
colocado definitivamente de lado as dúvidas lançadas relativamente à
competência do nosso treinador e plantel.
Não fosse a questão da tocha a ensombrar a magnífica vitória
alcançada, teria sido perfeito. Aprecio o espectáculo cénico das tochas, ao
contrário do rebentamento de petardos ou do lançamento de very lights, os quais
abomino. Não sou o único, dizem-no vários indicadores: Os adeptos que, pelo
mundo fora, utilizam este engenho para colorir o apoio dado às suas equipas; Os
jogadores que partilham fotografias e vídeos das fumaradas nas suas redes
sociais; A comunicação social que usa e abusa, pela positiva, destas imagens
para a promoção das suas transmissões.
O que não entendo é como, sabendo-se da proibição de uso
deste engenho, há quem se sinta tentado em ir mais além, atirando-o para outra
bancada ou relvado, com as consequências que daí advêm. Pagam os justos pelos
pecadores: Terão que ser tomadas medidas duras para banir por inteiro as tochas
dos estádios e o Benfica será seriamente penalizado. E a culpa não será da
UEFA, do Benfica ou dos Benfiquistas. Apenas e só de um ou outro individuo a
quem o bom senso não lhe tocou.
Jornal O Benfica - 9/10/2015