Três golos marcados, 11 oportunidades flagrantes
desperdiçadas, inúmeras triangulações, qual compêndio de geometria que já o
damos por garantido de tão usado que é na era Jorge Jesus, acerto defensivo,
velocidade sobre a bola e na circulação da mesma, empenho inexcedível e 32
lances individuais de grande classe, em que se incluíram – e sei porque os
contei enquanto revi a partida na BTV – 12 toques de calcanhar bem-sucedidos (8
do Gaitán), 3 “cabritos” e 4 fintas “por baixo” das pernas, enfim, uma das
melhores exibições num campeonato por nós liderado, acabaram por ficar
manchados por alguns assobios que, pior que entristecerem a esmagadora maioria
dos Benfiquistas, em nada ajudam a equipa a vencer.
Não estou habilitado a versar sobre teoria da acústica e desconheço
se existem estudos que sustentem o que afirmarei de seguida, embora julgue ter
razão: O som, em tom de assobio, quando gerado por um Benfiquista durante um
jogo e propagado pela atmosfera em direcção à nossa equipa, é simplesmente
parvo. Felizmente, o antídoto para este género de ruído é sobejamente conhecido
e de fácil emprego. Trissilábico, gritado convicta e apaixonadamente, revela-se
infalível: BEN-FI-CA! Foi desta forma, tão simples quanto bela, que se
silenciou os assobiadores.
E porque acredito que, em Maio próximo, festejaremos o “34”,
valerá aos assobiadores de serviço, seja no estádio ou fora dele – pois também
os há – que o acesso de Benfiquistas ao Marquês de Pombal e às principais
rotundas de todas as cidades e vilas portuguesas careça de vistoria dos actos
por si praticados ao longo da temporada. Os festejos são de todos, o apoio
incessante e a crítica construtiva é de quem é capaz.
O Benfica - 10/4/2015