segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

Baralhar e voltar a dar

Com o sucesso do 6º Mundial da Sueca das Casas do Benfica disputado no início deste mês, dei por mim a usar o popular jogo de cartas como metáfora do próximo campeonato.

O Sporting acredita que, tendo o presumível ás de trunfo, transformará as suas damas e valetes em manilhas e ases, talvez ignorando que, por si só, e apesar de esta ser uma carta dominante sobre todas as outras, vale apenas 11 dos 120 pontos do baralho. E com duas agravantes: Por um lado, são mais os duques e os ternos na sua mão que os tais valetes e damas; Por outro, é desconhecido, à partida, qual será o naipe que prevalecerá sobre os outros.

O Porto, com a postura típica de um jogador de poker, sentar-se-á à mesa aparentemente autoconfiante, gozando de algum público sempre prestável nas horas difíceis, que tratará de bajular as suas cartas e denegrir as dos seus adversários. Antes do início da partida, contará com as sentenças precoces de observadores que mal conseguem disfarçar a sua preferência ou, nalguns casos, o seu dono. Como sempre, tudo fará por escolher a mesa, o baralho, o trunfo e as cartas que serão distribuídas a cada jogador. Se ninguém estiver atento, fará algumas renúncias. Fá-las-á mesmo que não haja quem se distraia, é a sua natureza. Fará ainda todos os sinais que lhe for possível e ser-lhe-á impossível evitar espreitar o jogo dos adversários.


E nós lá estaremos sentados, indiferentes ao ruído à nossa volta e cientes que uma boa mão, com um ou dois ases, uma ou outra manilha e alguns trunfos, mesmo que não chegue para dar uma “chita” ou “dois”, será, desde que a estratégia seja consistente, suficiente para vencer a terceira partida consecutiva.

Jornal O Benfica - 24/7/2015

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