Cuidado com o flagelo que ameaça assolar os nossos dias, porventura
fruto de uma conspiração internacional que envolverá o BCE, as várias Casas da
Moeda da Zona Euro e sectores de actividade económica, desde logo o da
produção, tratamento e comercialização de relva. Já haverá um paciente zero.
Parece que apanhar da relva uma leve e desvaliosa moeda de
cinco cêntimos de euro poderá causar hematomas e sabe-se lá mais o quê.
Alerte-se imediata e estridentemente todas as associações e todos os institutos
que poderão, mesmo que minimamente, ajudar a humanidade a acautelar-se dos
perigos decorrentes do simples acto de colectar uma moeda destas de um relvado
outrora unanimemente considerado inofensivo. Chame-se a Protecção Civil. Aliás,
urge a intervenção da ONU!
Há quem considere, no entanto, que episódios destes devam
ser remetidos para o foro da psiquiatria. Poderá ser uma invenção, emanada de
uma propensão para a mentira, de um distúrbio delirante ou da vontade de
prejudicar outrem. Mas outros há que atribuem o alegado hematoma supostamente causado
pela apanha, num relvado, de uma moeda de cinco cêntimos, a uma manifestação
psicossomática. A vítima acredita que o hematoma existe, sente-o, mas é produto
da sua imaginação.
A culpa (ou lucidez se os atos precedentes foram
intencionais, mas infrutíferos) pode causar delírio e/ou transtorno. Não deverá
ser assim tão raro que, por exemplo, ignorar um jogador abalroado dentro de uma
área num campo de futebol e seguir critérios diferentes em várias situações de
jogo semelhantes, cuja aplicação só é coerente quanto à equipa prejudicada,
possa resultar numa necessidade, consciente ou inconscientemente, de vitimização.
Analise-se!
Jornal O Benfica - 4/10/2019
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