De tempos a tempos lá vem a ignomínia do costume, a
tentativa infame de colar o Benfica ao antigo regime. Apesar de ser fácil
desmontá-la, com factos, e até de devolver, neste caso justamente, a acusação,
com mais factos, importa rebatê-la sempre, por mais notória que seja a
manipulação e a deturpação da história, e óbvio o atentado à memória de tantos
que lutaram pela liberdade neste país, muitos deles confessos benfiquistas,
alguns chegando mesmo a desempenhar o papel de dirigentes no clube. Uma mentira
desmascarada cem vezes nunca passará a ser verdade.
Não me debruço sobre a singularidade, desta vez, da
necessidade de atacar outros para enaltecer os seus (a última vaga de mentiras
surgiu na evocação do aniversário do falecimento de Pedroto), embora não deixe
de ser sintomática da má índole e dos complexos de menoridade, relativamente ao
Benfica, que os caracterizam.
O Benfica nunca foi o clube do regime como estes mentirosos
querem fazer crer. Por cada atoarda lançada por estes propagandistas de vão de
escada, há um facto histórico que os desmente, há a biografia de um benfiquista
que a neutraliza.
Por vezes sinto-me tentado a pensar que o fazem
propositadamente, no âmbito de uma estratégia de comunicação para justificar os
seus fracassos. Mas isso seria reconhecer-lhes inteligência, que escasseia, e
pensamento estratégico, evidentemente limitado.
Em boa verdade, é mais provável que acreditem no que dizem.
E compreendo-os. Se eu tivesse crescido a ver o meu clube ganhar devido aos
quinhentinhos, a agências de viagens, a compadrios vários e ao que foi revelado
no apito dourado, também desconfiaria dos triunfos de outrem, pois desconheceria
que é possível vencer com mérito.
Jornal O Benfica - 17/1/2020
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