terça-feira, 4 de fevereiro de 2020

O clube da oposição


Belo discurso de João Soares, antigo presidente da Câmara Municipal de Lisboa, proferido no jantar de comemoração do 16º aniversário do nosso estádio, durante o qual foi realizada uma justíssima homenagem a Mário Dias.

Além do testemunho relevante e muito elogioso sobre o papel determinante que Mário Dias teve na epopeia do estádio, João Soares discorreu sobre o Benfica e sobre o benfiquismo.

Revelou o empenho do seu filho adolescente na expansão do benfiquismo entre os familiares; relembrou Xanana Gusmão que usou símbolos benfiquistas para alertar, com eficácia, os portugueses para a situação vivida então em Timor-Leste; Reconheceu a imensa popularidade do Benfica além-fronteiras e a notável representação internacional do clube; E, finalmente, enalteceu o espírito livre e democrático que sempre norteou o quotidiano do clube, mesmo em tempos de ditadura no país.

Sobre o último aspecto, João Soares citou José Magalhães Godinho para reforçar o seu argumento: “O grande clube da oposição é o Benfica”.

Magalhães Godinho dedicou grande parte da sua vida a combater o Estado Novo. Integrou vários movimentos oposicionistas e foi alvo de perseguição política e ideológica, sofrendo privações de liberdade. E foi, enquanto se empenhou nestas actividades, o primeiro director do jornal O Benfica, cargo que desempenhou ao longo de cerca de três anos. Basta este simples facto para desarmar os ignorantes e os revisionistas que tentam associar o Benfica ao antigo regime. Não é crível que um tão dedicado combatente anti-fascista como Magalhães Godinho aceitasse um cargo relevante num clube associado ao regime que, com inegável sacrifício pessoal, tanto se empenhava em derrubar. Impossível!

Jornal O Benfica - 8/11/2019

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