A procissão ainda vai no adro, mas vai dando sinais de que
poderá terminar no Marquês. Que não se confunda este optimismo com
triunfalismo, pois há vários anos que qualquer benfiquista apreendeu
empiricamente que os campeonatos são ganhos ou perdidos nas últimas jornadas.
Com 20 jogos em disputa, temos quatro pontos de avanço, o
melhor ataque, a melhor defesa e temos realizado melhores exibições que o nosso
rival nesta contenda. Vamos em onze vitórias consecutivas, só perdemos pontos
num dos 14 jogos disputados, não permitimos golos aos adversários em dez
partidas, ganhamos há quinze jogos consecutivos fora de portas. O ataque é o
segundo mais prolífero em trinta anos de Benfica, a defesa iguala o melhor
registo de sempre das nossas cores. Acresce a acentuada dinâmica de vitória,
com os cinco títulos conquistados nas últimas seis temporadas, o que permite
uma certa relativização das incidências pontuais de uma prova que se sabe
longa.
Bruno Lage faz bem, no entanto, quando afirma que a
filosofia da equipa passa por encarar a temporada jogo a jogo. E melhor faz ao
demonstrar, na prática, que estas não são palavras vãs. Até porque a própria
dinâmica das equipas e a voracidade do quadro competitivo assim o exigem.
Veja-se, por exemplo, a rotatividade forçada do plantel. Tem
sido muito interessante, e satisfatório, observar como a equipa tem conseguido
superar os problemas físicos de vários jogadores ao longo da época. Vinícius,
Cervi e Tomás Tavares são aqueles que, neste momento e entre os que foram
lançados para suprir a ausência de lesionados, mais se têm destacado. E outros
houve anteriormente, contrariando cabalmente a falsa ideia de escassez de
alternativas no plantel.
Jornal O Benfica - 20/12/2019
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