terça-feira, 4 de fevereiro de 2020

Rogério


É bem conhecida a expressão dos ídolos com pés de barro, decalcada da lenda de Nabucodonosor, em que à estátua do homem feita de ouro, prata, bronze, ferro e barro, simbolizando a supremacia julgada eterna da Babilónia, bastou ser-lhe lançada uma pedra para que fosse destruída, precisamente na parte argilosa do monumento.

Mas este ídolo de que vos falo hoje, de seu nome Rogério, alcunha “Pipi”, não tinha pés de barro, tinha-os antes de carne e osso, revestidos de cabedal, para honra e glória do Sport Lisboa e Benfica.

Sexto melhor marcador da história do Benfica em competições oficiais, quinto se incluirmos os golos em jogos particulares, campeão latino, figura de proa em três títulos nacionais e na conquista de seis Taças de Portugal (prova em que é, com quinze, o recordista de golos nas finais) e sobretudo ídolo de várias gerações, rivalizando, na era pré-Eusébio, com Vítor Silva e José Águas, nas preferências entre os adeptos quanto ao melhor jogador de sempre do Benfica.

Tive oportunidade de com ele conversar longamente uma única vez, há uns seis ou sete anos, e jamais esquecerei a sua simpatia, jovialidade e humildade. Até sempre Senhor Rogério!

P.S.: O ressurgimento da narrativa ficcional, requentada e bafienta, por parte de quem, sem qualquer autoridade moral ou ética, ou sequer justificação para tal, se arroga o papel de coitadinho, é um bom sinal e é revelador. É sinal de que estamos no bom caminho, sabendo-se que, nos últimos anos, procuramos sempre alcançar os nossos objectivo sem que os êxitos ou inêxitos pontuais nos distraiam. E revela algo já bem conhecido: quem construiu o sucesso fora de campo é incapaz de perceber que outros o obtenham agora apenas no campo.

Jornal O Benfica - 13/12/2019

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