Sou céptico quanto às reais possibilidades do Benfica voltar
a ser campeão europeu. As disparidades na capacidade de captação de receitas e,
por conseguinte, de investimento, face aos chamados “tubarões” europeus, são
gritantes.
No entanto, a resignação perante as adversidades nunca
poderá ser a solução num clube como o Benfica, pelo que a enunciação de
objectivos ultra ambiciosos, ou até a evocação de um sonho, não obstante a
complicada gestão de expectativas daí advinda, são positivas pois oferecem-nos
um destino potencial para o qual se tem de tentar construir um caminho e
percorrê-lo.
Dito de uma forma mais simples: criar as bases para um
Benfica Europeu, nunca hipotecando a sustentabilidade económico-financeira do
clube, significará que, mesmo que nunca cumpramos o desígnio original,
estaremos mais próximos de vingarmos no plano nacional. E este, como sabemos, é
que nunca poderá falhar.
Dito isto, subscrevo na íntegra, considerando mesmo como
sendo a única opção plausível, a estratégia definida para fazer o Benfica
regressar à presença constante em fases avançadas da Liga dos Campeões: Saúde
financeira; Forte aposta na formação; Investimento agressivo na retenção de
talento; Apetrechamento do plantel com atletas para as posições que o Benfica
Futebol Campus não consiga, em determinado momento, fornecer.
Estou ciente que as dificuldades para mantermos os jogadores
no plantel subsistirão no futuro, nomeadamente em temporadas bem-sucedidas, que
se esperam muitas. Mas hoje não duvido que podemos gerir melhor as saídas, prevalecendo
os interesses desportivos ao invés da necessidade de equilíbrio das contas ou da
incapacidade para acompanhar minimamente as ofertas salariais.
Jornal O Benfica - 11/10/2019
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