terça-feira, 4 de fevereiro de 2020

Sete pontos de avanço


Começo por louvar o acto de benfiquismo do juiz desembargador do tribunal da relação do Porto, Eduardo Pires, ao pedir escusa do processo que condenou o F.C. Porto e afins a pagarem cerca de dois milhões de euros de indemnização ao Benfica. Fê-lo por considerar que o seu benfiquismo – sócio há mais de 50 anos e (pequeno) accionista da SAD – poderia levantar suspeitas quanto à sua imparcialidade no julgamento dos recursos interpostos pelos condenados e pelo Benfica.

Considero, no entanto, canhestro que um juiz, cujo exercício da sua profissão assenta no escrupuloso respeito pela lei, se sinta na obrigação de recusar um processo devido à sua preferência clubística. E o mais grave é que fez muito bem, pois os propagandistas de vão de escada, as caixas de ressonância dessa propaganda e alguns idiotas úteis já se encarregaram de lhe demonstrar que está coberto de razão.

Isto porque, conforme revelado pelo juiz, recebera e recusara um convite do call center do Benfica para visitar o Benfica Campus. E, ao tomarem conhecimento deste facto, os propagandistas de vão de escada logo aproveitaram para insinuar uma relação entre a nomeação do juiz e a existência desse convite.

Acontece que as visitas ao Benfica Campus começaram em setembro e foram já convidados milhares de sócios do Benfica, respeitando o critério da antiguidade. Só eu, que saiba, conheço seis nossos consócios, sendo que um deles foi o meu pai, que visitaram as nossas extraordinárias instalações no Seixal e não me consta que qualquer deles seja juiz.

Ideal mesmo, para que não se levantem suspeitas, é arranjar algum promotor turístico, daqueles que recomendam Vigo, para julgar o caso.

Jornal O Benfica - 24/1/2020

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