terça-feira, 1 de setembro de 2020

O normal deste jornalismo é mau

Esta semana fomos brindados com um artigo miserável publicado no respeitável Público e uma justificação lastimável do seu director-adjunto, David Pontes.

O artigo versa sobre contratos entre Benfica, Aves e jogadores, que poderão criar uma suposta subalternidade do Aves face ao Benfica, o que poderia condicionar o desempenho desportivo do Aves em jogos com o Benfica.

Não sendo o anátema suficiente, ainda escamoteia a legalidade dos contratos em causa, bem como a sua aplicação generalizada no futebol, em Portugal e no estrangeiro, apresentando o Benfica como se fosse o inventor e fomentador único das tais cláusulas. De forma patética e nunca vista onde impera a seriedade jornalística, socorre-se de opiniões de “especialistas” jurídicos que requereram anonimato, o que me faz sentir tentado a revelar que, de acordo com alguns especialistas em jornalismo meus conhecidos, mas que preferem manter o anonimato, o autor da peça e o Público prestaram um favor a alguém.

Mas mais grave foi a justificação de David Pontes, ao evocar que, no artigo, é possível identificar suspeitas várias e que, portanto, o normal do futebol é mau. Ou seja, o jornal Público levantou suspeitas infundadas sobre contratos para depois o seu director-adjunto usar essas suspeitas infundadas para caracterizar o futebol português, com o Benfica no epicentro de todos os males. Seria maquiavélico se planeado assim. Talvez tenha sido apenas um acidente de percurso.

Parafraseando David Pontes, o normal deste jornalismo é mau e é preciso repeti-lo e que não nos habituemos. E, acrescento eu, espero que o Público continue a ser uma reserva fundamental do bom jornalismo em Portugal, não obstante este episódio lamentável.

Jornal O Benfica - 12/06/2020

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