Esta semana fomos brindados com um artigo miserável publicado no respeitável Público e uma justificação lastimável do seu director-adjunto, David Pontes.
O artigo versa sobre contratos entre Benfica, Aves e
jogadores, que poderão criar uma suposta subalternidade do Aves face ao Benfica,
o que poderia condicionar o desempenho desportivo do Aves em jogos com o
Benfica.
Não sendo o anátema suficiente, ainda escamoteia a
legalidade dos contratos em causa, bem como a sua aplicação generalizada no
futebol, em Portugal e no estrangeiro, apresentando o Benfica como se fosse o inventor
e fomentador único das tais cláusulas. De forma patética e nunca vista onde
impera a seriedade jornalística, socorre-se de opiniões de “especialistas”
jurídicos que requereram anonimato, o que me faz sentir tentado a revelar que,
de acordo com alguns especialistas em jornalismo meus conhecidos, mas que
preferem manter o anonimato, o autor da peça e o Público prestaram um favor a
alguém.
Mas mais grave foi a justificação de David Pontes, ao evocar
que, no artigo, é possível identificar suspeitas várias e que, portanto, o
normal do futebol é mau. Ou seja, o jornal Público levantou suspeitas
infundadas sobre contratos para depois o seu director-adjunto usar essas
suspeitas infundadas para caracterizar o futebol português, com o Benfica no
epicentro de todos os males. Seria maquiavélico se planeado assim. Talvez tenha
sido apenas um acidente de percurso.
Parafraseando David Pontes, o normal deste jornalismo é mau
e é preciso repeti-lo e que não nos habituemos. E, acrescento eu, espero que o
Público continue a ser uma reserva fundamental do bom jornalismo em Portugal,
não obstante este episódio lamentável.
Jornal O Benfica - 12/06/2020
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