Tem sido divertido o folhetim Cavani. Se calhar, quando o caro leitor ler esta crónica (note que os colunistas enviam os textos para a redacção até terça-feira), o uruguaio já é nosso jogador ou optou por outro clube. Ou talvez nada tenha acontecido, sabendo-se de antemão, neste último caso, que várias coisas, os seus contrários e inúmeras variantes destes terão sido avançadas pela comunicação social.
Eu, como qualquer benfiquista, adoraria contar com o
contributo de um jogador da craveira de Cavani no nosso plantel, mas analisemos,
por agora, a existência da possibilidade.
O mais relevante, nesse domínio apenas, é, porventura, ninguém
considerar interdita a contratação, pelo Benfica, de um jogador situado num nível,
futebolístico, económico e mediático, inusitado face ao que estamos habituados.
O investimento seria elevadíssimo e sem grande potencial de retorno financeiro
para além do que, embora não seja despiciendo, deriva do contributo desportivo
que o jogador possa dar. Não deixa de ser sintomático que haja um consenso
generalizado sobre a seriedade da tentativa de uma contratação destas,
tratando-se, na prática, do reconhecimento generalizado da capacidade de
investimento que o Benfica soube criar na última década.
Entretanto chegaram Waldschmidt, Everton “Cebolinha” e
Vertonghen. Também estas contratações, às quais se poderão acrescentar as de
Raul de Tomás, Vinícius, Weigl e Pedrinho ao longo da temporada passada, pelos
montantes envolvidos, são muito reveladoras. Voltámos a ter, finalmente,
capacidade de investimento claramente superior à dos nossos adversários
internos e creio que nos fixámos, a nível europeu, no patamar abaixo daquele
reservado aos chamados tubarões.
Jornal O Benfica - 21/08/2020
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