Diz-se que “à terceira é de vez”, assim como se evoca que “não há duas sem três”. Estes dois aforismos contradizem-se, mas ao povo pouco ou nada interessa a credibilidade das suas máximas, nem tal afecta, que se saiba, o omnipresente PIB, o sacrossanto saldo da balança comercial ou as inúteis sondagens online de jornais. Mas hoje, enquanto escrevo esta crónica - falta agora meia hora para o início da final da UEFA Youth League - torna-se problemático encontrar conforto na sabedoria popular supostamente inerente à consagração de aforismos, especialmente se antitéticos.
É de ressalvar, no entanto, que a terceira final disputada
em sete edições da UEFA Youth League, independentemente do seu desfecho,
justifica o elogio ao projecto de formação que tem sido desenvolvido pelo Sport
Lisboa e Benfica.
Embora considere que o “resultadismo” e a “campeonite” podem
prejudicar o retorno que a formação deve dar, há que reconhecer que os títulos são
uma consequência natural do trabalho bem feito. Não por acaso, desde que a
aposta benfiquista na formação passou a dar retorno, também os títulos surgiram
e a presença em finais da “champions” dos juniores passou a ser quase normal.
Do meu ponto de vista, a formação serve unicamente para
aumentar a competitividade do nosso plantel profissional. Seja pelo contributo
desportivo de atletas formados no Benfica Campus, seja porque, pela alienação
de passes desses atletas, aumentamos a nossa capacidade de investimento, é-me
indiferente. Só me importa que, no final de cada temporada, a nossa equipa
sénior arrecade troféus. E é inegável que, nos últimos sete anos, a nossa
formação tenha sido instrumental nos muitos títulos conquistados. Obrigado!
Jornal O Benfica - 28/08/2020
Sem comentários:
Enviar um comentário