Décadas de arbitragens horríveis, creolinas, abéis e outros
quejandos, além de algumas equipas mais fracas, fizeram com que, a determinada
altura, perspectivar um jogo em casa do F.C. Porto se tornasse num cenário
dantesco em que a dúvida assentava, ao invés de quem sairia vencedor da
partida, na forma como seríamos derrotados. Se não fosse pelo futebol jogado,
lá haveria de aparecer o operador da guilhotina, trasvestido de árbitro, sempre
solícito e servil à causa portista, para decepar as nossas legítimas
aspirações. Tivemos de melhorar muito a qualidade dos nossos plantéis para
conseguirmos nivelar o campo e lutarmos por resultados positivos.
Nos últimos cinco anos, vencemos duas vezes e empatámos
outras duas, perdendo somente numa ocasião. Não por acaso, fomos campeões
nacionais cinco vezes nas últimas seis épocas, o que demonstra cabalmente a
superioridade das nossas equipas ao longo deste período.
Jogar hoje no Dragão continua a ser o jogo mais difícil para
o Benfica. As circunstâncias, amanhã, serão mais favoráveis do que o costume,
mas as nossas vitórias surgem pelo que fazemos no campo e não por aspectos
laterais.
Ganhando poderemos, e sem qualquer euforia, começar a gerir
a temporada de acordo com a participação na Liga Europa, sabendo que só um
cataclismo inverteria a marcha do campeão. Empatando, ficaremos bem
encaminhados para o título. Perdendo, continuaremos a dispor de uma vantagem
pontual interessante, relembrando que a derrota na primeira volta com o F.C.
Porto não nos impediu de chegarmos a sete pontos de avanço. A receita é
simples: ignorar o contexto, enfrentar eventuais adversidades e jogar à
Benfica. Desse modo, estaremos sempre mais próximos de ganharmos!
Jornal O Benfica - 07/02/2020
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